Diário de um Bandeirante Paulista

      Após formados, os soldados 2ª classe devem se apresentar nos batalhões e receberão as primeiras instruções. Em algumas unidades, eles são enviados para o policiamento ostensivo a pé, em outras unidades, eles irão trabalhar na viatura com um policial mais antigo (soldado 1ª classe ou cabo) e em outras unidade, eles irão assumir a viatura com um parceiro da mesma turma.       Cada unidade agirá de uma forma em relação aos novos soldados. O mais recruta é o voluntário inicial, ou seja, quando os mais antigos não pegarem uma missão, caberá ao mais recruta realizá-la.       O patrulhamento é algo sério, mesmo com os sinais luminosos ligados, eles não apenas tentam inibir a presença do criminoso, eles acabam revelando a localização das equipes e nesse ponto o cuidado deve ser redobrado.        O policial que está na viatura deve estar atento a tudo e a todos que estão ao seu redor, com os carros que passam, com as pessoas dentro dos estabelecimentos e suas atitudes, olhar o nome da rua

      Pouca coisa muda no 2º CENs, as escalas de guarda continuam, as aulas continuam, tudo continua como no primeiro ciclo, porém, é acrescentado os estágios operacionais na rua.       Os estágios realizados pelos alunos são compostos pelo policiamento ostensivo a pé, policiamento embarcado e policiamento noturno. Como dito em outra postagem, a entrega das armas fica a critério do comandante, se ele não quiser liberar as armas para os alunos, estes ficarão no arma e desarma, ou seja, pegarão as armas na reserva de armsa antes dos estágios e as entregarão após o término dos estágios.       Os estágios é algo gostoso de se fazer, é o mais próximo da realidade policial, embora quando formados perceberão que a realidade é totalmente diferente dos estágios, principalmente no atendimento das ocorrências despachadas pelo COPOM, via 190.       Em algumas unidades, o 2º CENs é fechado com um resiliência, isto é, o ralo.

      Ao fim do 1º CENs, os alunos deixarão o bichoforme e passarão a usar a farda da polícia, o que acontece por meio de uma solenidade.       Tal solenidade tem por simbolismo o merecimento e evolução dos que ali estão e é marcada por um juramento. Veja a seguir: "AO ENVERGAR PELA PRIMEIRA VEZ O UNIFORME DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO, PROMETO SOLENEMENTE, HONRÁ-LO E DIGNIFICÁ-LO, ZELAR PELAS TRADIÇÕES E PELA AUTORIDADE QUE ELE REPRESENTA, E DELE FAZER SEMPRE UM INSTRUMENTO DA LEI, DA ORDEM E DA JUSTIÇA!"       Após a solenidade, os alunos usarão apenas o fardamento nas aulas, deixando de lado o bichoforme.        No início do curso, os alunos devem usar camiseta branca, calça jeans azul, tênis e meia pretos. Após uns 45 dias, é trocada a camiseta branca de gola careca por uma camiseta branca em gola "V" e com os nomes dos alunos já bordados, após isso, passado mais alguns dias, é realizada a solenidade do uso do primeiro uniforme.

      As escalas de guarda variam de local para local. Em Pirituba, devido a alta quantidade de alunos, puxávamos cerca de 01 a 02 guardas por mês, já quem fez o curso na Cavalaria ou ESSgt (Escola Superior de Sargentos), relatam que puxavam cerca de 01 guarda por semana. Há quem diga que no CPRv, puxavam cerca de 02 guardas por semana.       No CPA/M-11, devido não terem como manter a alimentação dos alunos durante a noite, eles pagavam a diária para os alunos da guarda.       A entrega das armas é algo facultado a vontade dos superiores hierárquicos. Há lugares que os alunos recebem a arma durante o curso de formação e andam armados normalmente, porém, já há lugares que só entregam as armas no final do curso. A ideia de entregar as armas no final do curso é para evitar que os alunos deem novidades. Uma turma antes da minha teve o caso do aluno que acabou disparando acidentalmente e acertou o órgão sexual. Então, para evitar certas coisas, alguns comandantes preferem entregar as armas

      Em Pirituba, por volta das 05:30, o rancho é liberado para que os alunos tomem café. Para poder se alimentar durante o CFSd, é necessário fazer as previsões, isto é, marcar os dias em que o aluno deseja comer na escola, então, ele recebia um cartão, um login e senha. Nos pátios, haviam computadores para a realização das previsões. Então, o aluno podia colocar o café da manhã, o almoço e a janta, bem como poderia desmarcar o que quisesse dentro do prazo de 24 horas.       Quem fornecia a alimentação na minha época em Pirituba era a empresa chamada Básica. Nunca comemos comida estragada ou coisa do tipo, a alimentação em Pirituba era realmente muito boa, tinha até sobremesa para os alunos, já nas outras unidade eu não posso falar como é, até porque não conheço, porém, o que sei é que não é a Básica que fornece alimentação para as outras unidades, mas o Centro de Suprimento e Manutenção de Material de Subsistência da Polícia Militar.       Durante a guarda, os alunos poderiam pedir

      A rotina na ESSd não era igual para todas as cias. Algumas cias, acabavam ralando mais que as outras, acabavam ficando para além do horário em relação as outras. Dizer que fazer o curso em Pirituba é "macetoso" é ser precipitado, pois, tudo depende do comandante da cia. Eu tive um comandante que priorizava mais o estudo, então, ele não ficava "ralando" a gente, ao contrário, liberava a gente no horário para que pudéssemos estudar.        Ao final do 1º CENs, no dia da formatura, o 1º colocado da ESSd foi homenageado na frente de todos os alunos, o homenageado foi um aluno da minha cia, conhecida como 1ª Cia - Comando Real, atualmente, Combatentes.       Periodicamente, haviam as escalas de guarda do quartel, onde chegamos o mais perto possível do policiamento dentro do curso de formação. No edital posterior ao meu, os alunos pegaram um procurado dentro das dependência da ESSd, querendo invadir lá para morar.       As aulas são todas cronometradas, existe um te